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Fiat e GM reconhecem que subestimaram a demanda


A visível melhora do mercado automotivo brasileiro levou algumas
montadoras a confessarem que erraram na conta e produziram menos do que
o tamanho da demanda do mercado interno no primeiro trimestre do ano.
Esse é o caso da General Motors (GM), que após admitir que pisou no
freio mais do que o necessário para ajustar estoques, deverá, durante o
segundo trimestre, elevar a sua produção em 37% na comparação com o
período anterior para recuperar vendas perdidas.




"Nós fizemos ajustes profundos e fomos mais pessimistas do que
realmente aconteceu com a indústria e produzimos menos carros do que
poderíamos", afirmou o diretor de Vendas e Marketing da GM, Marcos
Munhoz, admitindo que faltaram carros da marca no mercado. Segundo o
executivo, a GM irá recuperar sua produção até junho, período em que a
montadora espera vendas "fortíssimas". Para 2009, a empresa projeta
comercializar 540 mil unidades, somando mercado interno e exportações.




O mesmo foi reconhecido pelo presidente da Fiat da América Latina,
Cledorvino Belini, que admitiu que a montadora italiana reduziu a
produção mais do que o necessário para ajustar a produção e que isso
fez com que a companhia perdesse market share durante fevereiro. "Nós
fechamos 2008 com o estoque quase zerado, mas não tivemos uma reação
rápida. Nós não esperávamos que haveria esse salto do mercado", afirmou
Belini. De acordo com o executivo, a montadora deverá fechar - assim
como a GM - o segundo trimestre com produção mais elevada do que a
anotada no trimestre anterior.O presidente da Fiat, no entanto, não
abriu as projeções da companhia para o período.




De outro lado, a Ford comemora o seu aumento de participação de
mercado no primeiro quadrimestre de 2009, que saiu de 9,5% no mesmo
período de 2008 para 11,4%. "Agora, nós não estamos com limitações de
capacidade. Nós queremos crescer em market share e vamos crescer em
relação a 2008", afirmou o presidente da Ford Brasil e também Mercosul,
Marcos Oliveira.




Segundo o executivo, o primeiro quadrimestre de 2009 foi positivo
devido às ações do governo brasileiro que aqueceu o mercado. "A nossa
produção no primeiro trimestre já cresceu bastante em relação ao quarto
trimestre. No meio de janeiro nosso estoque já estava ajustado", disse
Oliveira. Segundo o presidente da Ford, a montadora irá operar em um
nível de produção para atender a demanda, "antecipando um nível de
vendas parecido com o primeiro trimestre". De acordo com dados da
Anfavea (associação que reúne as montadoras), no primeiro quadrimestre
de 2009 foram licenciados 902,7 mil automóveis e comerciais leves,
apenas 0,7% inferior ao mesmo período do ano passado.





IPI




Apesar da Anfavea negar a extensão da redução do Imposto sobre
Produtos Industrializados até o final do ano, as montadoras parecem
contar com o incentivo ao projetarem as suas vendas para o ano. A Fiat
projeta que as vendas brasileiras deverão ficar em 2,72 milhões de
unidades. "O mercado está aquecido por conta da redução do IPI e por
causa dos descontos das montadoras", afirmou o presidente da companhia
italiana, Cledorvino Belini. "A gente não pode contar com nada, mas eu
espero que isso ocorra [redução do IPI até o final do ano] , já que o
governo está ganhando mais dinheiro com a medida", concluiu.




A Ford também estabeleceu seus números projetados com o incentivo
até o final de dezembro. Segundo o presidente da Ford, a montadora está
trabalhando com estimativa de vendas de 2,75 milhões de unidades para
2009. A Anfavea projetou que as vendas de veículos no mercado interno
somem 2,71 milhões de unidades, com queda de 3,9% ante 2008





Reestruturações




O interesse da Fiat pela GM na América Latina foi negado por
Belini. Segundo ele, Sergio Marchionne - CEO da Fiat - manifestou
interesse pela Opel (subsidiária da GM na Alemanha), mas que "não
cogitou as operações das América Latina" e que há "muita especulação"
sobre o assunto.




Fonte: DCI - SP
Data: 12/05/2009