Notícia

Carros terão selo que identifica o consumo


A pressão do consumidor obrigará todas os fabricantes de veículos a
aderir ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular. A opinião é de
organismos estatais e privados que participaram na última sexta-feira
do lançamento da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence), na
sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).




A partir deste mês, o consumidor passará a ver afixado no vidro
traseiro esquerdo de alguns veículos novos um selinho que informará a
eficiência de consumo de combustível. A etiqueta é semelhante àquela
que é afixada em eletrodomésticos - conhecida de grande parte da
população e que informa o consumo de energia elétrica de cada aparelho.




Até agora cinco fabricantes - aderiram ao programa: Fiat, General
Motors, Honda, Volkswagen e Kia Motors. As quatro primeiras pertencem à
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea),
que tem 15 fabricantes de veículos. A Kia pertence à Associação
Brasileira dos Importadores de Veículos Automotores (Abeiva), que tem
cinco associados.





Cinco marcas




As cinco marcas que aderiram ao programa representam cerca de 50%
do mercado nacional. Elas disponibilizam, a partir deste mês, a
etiqueta em 31 modelos de cinco categorias - subcompacto, compacto,
médio, grande e comercial.




A General Motors, por exemplo, terá o selo no Celta e Prisma. A
Fiat, Mille e o Linea; a Volkswagen entrou com o Polo, Gol e Voyage; a
Honda terá no Civic e Fit. A Kia aderiu com o Picanto.





Eficiência




De acordo com Henry Joseph Jr., engenheiro da Volkswagen e
representante da Anfavea no programa de etiquetagem, o assunto foi
discutido ao longo dos últimos quatro anos entre fabricantes e
organismos estatais. Segundo ele, as normas aplicadas são
internacionalmente aceitas.




Em cada categoria o consumidor poderá comparar a eficiência do
consumo entre vários modelos. Com isso, terá mais um fator para decidir
a sua compra.




A etiqueta terá cinco classificações ou notas - de A (a maior) a E,
veja o quadro. Cada modelo terá a sua graduação - que foi apurada em um
teste que avaliou o desempenho médio do consumo na cidade e na estrada
de cada categoria. "É uma ferramenta poderosa numa época em que o
consumidor está muito mais atento a informações", afirmou João Jornada,
presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Pesos e Medidas
(Inmetro). "A comparação será feita com dados iguais, a partir de
normas internacionalmente aceitas."





Mercado vai regular




Para ele, o mercado forçará o fabricante a aderir ao programa.
Jornada afirmou que o governo não vai tornar o programa compulsório.
"Disso, o mercado se encarregará", acredita.




A adesão dos fabricantes e importadores ao programa é renovável a
cada ano - o que deve resultar numa competição pela eficiência.




Ao decidir participar, a montadora deverá informar os dados do
consumo de combustível e da eficiência energética de modelos no manual
do proprietário do veículo e nos pontos de venda.




Essas informações também poderão ser consultadas na etiqueta,
afixada opcionalmente pelos fabricantes nos vidros dos carros a partir
deste mês. Os dados ainda estarão disponíveis na tabela publicada nos
´sites do Inmetro (www.inmetro.gov.br).




A etiquetagem veicular incluirá o Brasil na lista dos países que
desenvolvem programas de eficiência energética e de uso racional de
combustível em veículos como Estados Unidos, Japão, Austrália, China e
União Européia.




O representante no programa da Fiesp, Carlos Cavalcante, lembrou
que o Brasil utiliza 46% de energias renováveis em sua matriz
energética. Os países desenvolvidos, disse ele, consomem apenas 6% de
energia renovável. "O programa gera competitividade", afirmou o
presidente da Fiesp, Paulo Skaf. "Ganha o consumidor, o Brasil e o
mundo."




O programa de etiquetagem é uma iniciativa de órgãos como os
ministérios de Meio Ambiente, Minas e Energia e Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, além de envol-ver a Petrobras.




De acordo com João Jornada, a experiência mundial mostra que
programas deste tipo, voluntários ou compulsórios, induzem a fabricação
de veículos mais eficientes, beneficiando o consumidor e o meio
ambiente.



Fonte: Gazeta Mercantil
Data: 20/04/2009