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Preço da gasolina sobe 3,2% e volta a ficar acima de R$ 5 na primeira semana do ano, diz ANP

O preço médio do litro da gasolina voltou a
ficar acima do patamar dos R$ 5 na primeira semana de 2023, mesmo após a
decisão do governo federal de prorrogar a isenção de tributos federais
sobre combustíveis.

Entre os dias 1º e 7 de janeiro, informou a
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o
litro da gasolina custou R$ 5,12 nos postos de abastecimento do País, um
aumento de 3,2% ante dos R$ 4,96 cobrados pelo litro do insumo na
semana imediatamente anterior.

Esta é a segunda semana seguida de
alta no preço da gasolina, após cinco quedas seguidas entre o fim de
novembro e o Natal, quando uma redução nos preços de refinaria da
Petrobras (-6,1% em 9 de dezembro) e quedas no preço do etanol anidro,
que compõe 27% da mistura da gasolina, puxaram o preço final do
combustível para baixo.

Essa dinâmica se inverteu nas duas
últimas semanas. Os efeitos da redução da Petrobras no preço final se
esgotaram e o etanol anidro voltou a subir nas usinas paulistas, com
alta acumulada de 4,2% nas usinas paulistas nas duas últimas semanas de
2022, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada
da Escola Superior de Agricultura da USP (Cepea/Esalq-USP).

Outro
fator que pressionou o preço da gasolina foram os quatro aumentos
praticados pela Refinaria de Mataripe no preço do insumo a
distribuidores, que se intensificaram após a virada do ano. A unidade da
Acelen, empresa com participação do fundo Mubadala, alinha seus preços
semanalmente à paridade de importação e responde por cerca de 14% do
mercado nacional de derivados e atende sobretudo à região Nordeste.
Segundo a ANP, essa região registrou o segundo maior aumento semanal por
região nos preços ao consumidor final, 3,77%.

A maior alta
regional na comparação entre esta semana e a anterior, 4,31%, aconteceu
no Norte do País. A principal refinaria que atende a região, a Refinaria
de Manaus, ex-Petrobras, teve a venda ao grupo Atem concluída no fim de
novembro. Na região Sudeste, informou a ANP, o aumento no preço final
da gasolina foi de 3,68%, seguido do Sul (2,40%) e Centro-Oeste (0,99%).

Lateralmente,
pesou ainda o fato de 11 estados terem aprovado aumentos de até 4% em
suas alíquotas de ICMS sobre combustíveis em dezembro. A medida seguiu
recomendação do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados
(Comsefaz) para atenuar perdas de arrecadação.

O imposto estadual
havia sido rebaixado a no máximo 18% em todo o País em junho de 2022
por meio de uma lei complementar articulada pelo governo Jair Bolsonaro
(PL) junto ao Congresso Nacional para frear a inflação. Ainda assim, o
preço da gasolina nos postos do País subiu 25% em 2022 e 14,2% nos
quatro anos do governo Bolsonaro, mostram os números da ANP.

Diesel S10


o diesel S10 viu o preço médio do litro subir 2% ou R$ 0,13 esta
semana, para R$ 6,51 ante R$ 6,38 na última semana de 2022. Essa alta
reverte um movimento de sete semanas de queda nos preços do diesel S10.

À
exceção da alta do etanol anidro, os outros fatores que pressionam a
gasolina também valem para o diesel. A última baixa no preço do insumo
pela Petrobras em suas refinarias, de 8,1%, também aconteceu em 9 de
dezembro e não tem mais efeito sobre o preço final.

GLP

Na
contramão, o gás liquefeito de petróleo (GLP) ou o gás de cozinha,
amplamente consumido pela população, experimentou leve queda de 0,1% no
preço ao consumidor. Entre 1º e 7 de janeiro, o botijão de 13 quilos do
insumo custou, em média, R$ 108,50 ante R$ 108,64 na semana
imediatamente anterior.

Esta é a quarta semana seguida de queda
no preço do botijão ao consumidor final. Esse produto, que vem
alternando altas e quedas nos últimos meses, tem caído nas últimas
semanas, possivelmente, devido a um rescaldo de reajuste da Petrobras
para baixo em suas refinarias. Há cinco semanas atrás, a estatal reduziu
em 9,7% o preço do GLP comercializado a distribuidores em suas
unidades.

Autor/Veículo: O Estado de S. Paulo

Data: 09/01/2023