Preço da gasolina acumula queda de 30% desde cortes de impostos
O preço da gasolina caiu mais 1,5% nos
postos brasileiros nesta semana, segundo a pesquisa da ANP (Agência
Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Foi a décima semana
consecutiva de queda, motivada por cortes de impostos e por reduções nas
refinarias da Petrobras.
De acordo com a ANP, o preço médio do
combustível ficou em R$ 5,17 por litro, R$ 0,08 a menos do que o
verificado na semana anterior. É o menor patamar desde novembro de 2020,
em valores corrigidos pela inflação.
Desde o pico de R$ 7,39
atingido na penúltima semana de junho, a queda acumulada é de 30%, ou R$
2,22 por litro. A expectativa é de novo recuo na próxima semana, já que
a Petrobras reduziu novamente, nesta sexta-feira (2), o preço de venda
em suas refinarias.
A forte queda nos preços foi iniciado no fim
de junho, quando o Congresso aprovou isenção de impostos federais e um
teto para a alíquota do ICMS sobre o combustível. Se intensificou com
cortes promovidos pela Petrobras no preço de venda de suas refinarias,
acompanhando a queda das cotações do petróleo.
Entre julho e
agosto, o preço da gasolina foi reduzido quatro vezes nas refinarias da
Petrobras, com uma queda acumulada de 19,2%.
Esta semana, a
gasolina mais barata do país foi encontrada pela ANP em Passo Fundo
(RS), a R$ 4,33 por litro. A mais cara foi encontrada em Tefé (AM), a R$
6,76 por litro. O combustível já pode ser encontrado a menos de R$ 5
por litro em 20 estados e no Distrito Federal.
De acordo com a
pesquisa da ANP, o preço do diesel caiu 0,4% nesta semana, para R$ 6,90
por litro. Menos impactado pelos cortes de impostos, o produto acumula
queda de 8,8%, ou R$ 0,67 por litro, desde o pico de R$ 7,57 observado
no fim de junho.
O preço do etanol hidratado caiu 3,4% na semana,
para R$ 3,71 por litro, informou a ANP. O combustível foi encontrado a
menos de R$ 3 por litro em dois estados: Mato Grosso e São Paulo.
O
governo conta com a queda dos preços dos combustíveis para reverter
danos à imagem provocados pela escalada inflacionária do início do ano. A
Petrobras chegou a rever sua política de divulgação, emitindo
comunicados sobre cortes nos preços de produtos que não eram divulgados
antes.
Nomeado para comandar a Petrobras com a missão de segurar
os preços, Caio Paes de Andrade tem tido seu trabalho facilitado pela
queda das cotações internacionais, em resposta a temores de recessão
global e a novos lockdowns na China.
Mesmo com o corte de 7%
anunciado nesta quinta (1º) pela Petrobras, o preço médio da gasolina
nas refinarias brasileiras abriu o pregão desta sexta R$ 0,21 por litro
acima da paridade de importação, conceito utilizado pela estatal em sua
política de preços dos combustíveis.
Já o diesel estava R$ 0,20
por litro mais caro, de acordo com estimativa da Abicom (Associação
Brasileira dos Importadores de Combustíveis).