Notícia

Etanol atinge melhor índice de competitividade desde agosto de 2020


O
preço do etanol nas bombas permaneceu em queda na média nacional na
última semana, embora o valor da gasolina tenha voltado a subir. Esta é a
oitava retração consecutiva para o renovável e a primeira alta do
combustível fóssil após uma retração.

Entre 19 e 25 de junho, o
biocombustível passou de R$ 4,91 por litro para R$ 4,873/L, queda de
0,75%. Já a gasolina foi de R$ 7,232/L para R$ 7,39/L, aumento de 2,18% –
abaixo do reajuste de 5,2% aplicado pela Petrobras a partir de 18 de
junho. Com a diminuição no valor do etanol e o acréscimo da gasolina, o
biocombustível segue economicamente vantajoso na média nacional.

Os
valores correspondem ao levantamento semanal realizado pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Na
semana, de acordo com a ANP, a relação entre o preço do biocombustível e
o de seu concorrente fóssil nos postos foi de 65,9%, abaixo do
resultado do período anterior, de 67,9%. Esta é a oitava retração no
indicador depois de seis aumentos consecutivos. Além disso, também se
trata da relação mais baixa desde o período de 16 a 22 de agosto de
2020.

Com isso, o preço do etanol segue abaixo de 70% do custo da
gasolina, faixa em que o renovável é tido como economicamente vantajoso
para os consumidores.

Nas usinas paulistas, o etanol hidratado
saiu de R$ 3,0116/L para R$ 3,0644/L, incremento de 1,75%, segundo dados
do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da
Esalq-USP. Por outro lado, houve retração de 1,34% nas produtoras
mato-grossenses e de 0,08% nas goianas.

Variações nos estados

Segundo
a ANP, entre 19 e 25 de junho, o preço do etanol subiu na média de dez
estados e no Distrito Federal e caiu em 16. A gasolina, por sua vez,
teve aumento em todas as unidades da federação.

Entretanto, as
comparações de valores nos postos não são exatamente precisas, já que o
levantamento dos preços de combustíveis realizado pela ANP ainda não
está sendo realizado em todas as cidades brasileiras e o número de
localidades pesquisadas muda. Na semana analisada, foram levantados os
dados de 445 municípios, sete a mais do que no período anterior.

Em
São Paulo, maior produtor e consumidor de etanol do país, o
biocombustível teve um decréscimo de 0,64%, custando R$ 4,527/L em
média; já a gasolina foi vendida a R$ 6,974/L, incremento de 2,12%. Com
isso, a relação entre os preços ficou em 64,9%, abaixo do índice de uma
semana antes, de 66,7%, permanecendo economicamente favorável ao etanol.
A pesquisa foi feita em 108 cidades paulistas, mesmo número do último
levantamento.

Em Goiás, o etanol foi comercializado a R$ 4,825/L
na média da semana analisada, retração de 0,94%. Enquanto isso, a
gasolina aumentou 0,93%, para R$ 7,478/L. Assim, a relação entre os
preços dos combustíveis ficou em 64,5%, abaixo do índice de 65,7% de uma
semana antes, com o etanol seguindo favorável no estado. Segundo a ANP,
17 cidades goianas foram consideradas no levantamento, uma a mais do
que na semana anterior.

Por sua vez, Minas Gerais registrou um
decréscimo de 0,88% no preço médio do etanol, que foi comercializado a
R$ 4,958/L. A gasolina passou por uma alta de 2,06% e foi negociada a R$
7,614/L, em média. Desta forma, o renovável custou o equivalente a
65,1% do preço do combustível fóssil, abaixo dos 67,1% vistos na semana
anterior, com o etanol permanecendo competitivo na média do estado. No
total, 58 municípios mineiros participaram da pesquisa, três a mais do
que uma semana antes.

Em Mato Grosso, o preço médio do etanol
teve uma baixa de 2,94%, indo para R$ 4,493/L, o menor valor dentre
todas as unidades da federação. Na semana, a gasolina teve um aumento de
1,95%, passando a custar R$ 7,126/L. Com isso, a relação entre os
preços ficou em 63,1%, inferior aos 66,2% de uma semana antes e
economicamente vantajosa ao consumidor. Além disso, essa é a menor
relação de preços entre os combustíveis dentre todos os estados. A ANP
fez a pesquisa em sete municípios mato-grossenses, mesmo valor do total
registrado no último levantamento.

Já em Mato Grosso do Sul, o
etanol caiu 1,8%, ficando em R$ 5,080/L. A gasolina, por sua vez, teve
um incremento de 1,44%, para R$ 7,110/L. Assim, o biocombustível custou o
equivalente a 71,4% do preço de seu concorrente fóssil, abaixo dos
73,8% de uma semana antes, porém ainda a mais alta relação entre os seis
principais estados produtores de etanol do país. Sete cidades
participaram do levantamento.

Por fim, no Paraná, o
biocombustível custou o equivalente a 71,1% do preço da gasolina. No
período, o renovável teve uma queda de 0,6%, sendo vendido por R$
5,266/L na média estadual, o valor mais alto entre os maiores produtores
do biocombustível. Já a gasolina subiu 2,26%, indo para R$ 7,411/L. No
total, 29 cidades foram pesquisadas no estado, mesmo número do que o
visto uma semana antes.

Os preços do etanol e da gasolina por
região, estado ou cidade desde 2018 estão disponíveis na planilha
interativa (exclusiva para assinantes). Também estão disponíveis
gráficos avançados e filtros interativos sobre o comportamento dos
preços.

Comparação comprometida

Após mais
de dois meses em pausa, o levantamento de preços nos postos voltou a
ser realizado semanalmente no final de outubro de 2020. Ainda assim, as
comparações entre as análises não são precisas, já que o número de
municípios pesquisados vem mudando semanalmente, conforme já era
previsto pela ANP.

Entre 19 e 25 de junho, 445 cidades foram
pesquisadas, sete a mais do que no período anterior. O levantamento
inclui todas as capitais dos estados brasileiros. Algumas localidades
deixaram de participar no comparativo semanal, mudando o número de
municípios de alguns estados.

Apesar da progressão no número de
cidades, o total está abaixo do objetivo divulgado pela ANP: 459. A
agência vem demonstrando dificuldades em cumprir com o esperado em
relação ao levantamento desde a pausa, quando tinha uma expectativa de
data de retomada que não foi atingida e atrasou mais de um mês.

Com
este retorno gradual, os números seguem não correspondendo à média dos
postos dos estados como ocorria antes da pausa. A comparação semanal
também deve ser observada com cautela, já que a amostra pode aumentar ou
diminuir semanalmente.



Data: 28/06/2022