Refap pode ser vendida por até R$ 1,4 bi
A proposta apresentada pela Ultrapar
Participações à Petrobras para a compra da Refinaria Alberto Pasqualini
(Refap), no Rio Grande do Sul, ficou entre US$ 1,2 bilhão e US$ 1,4
bilhão, de acordo com fontes do mercado ouvidas pelo Valor.
A
petroleira informou nesta terça-feira que abriu a fase de negociação com
a Ultrapar Participações para a venda da unidade. Informações apuradas
no mercado apontam que o grupo apresentou a melhor proposta vinculante
pelo ativo e ficou à frente da Raízen, que também disputou a refinaria.
Petrobras e Ultrapar estão em negociações exclusivas e a expectativa é
que o fechamento da operação ocorra somente no começo de 2022.
Procurada, a estatal não comentou o assunto.
Após a aquisição, há a possibilidade de que a Ultrapar procure sócios
para a unidade. A holding do grupo Ultra é dona da distribuidora de
combustíveis Ipiranga, que tem uma rede de 7,1 mil postos e cerca de 70
bases no país. O grupo também apresentou à estatal uma proposta no
processo de venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no
Paraná.
Esta semana a Petrobras afirmou que está na fase de
análise das propostas vinculantes recebidas pela refinaria paranaense.
Caso a Ultrapar fique com a Refap, no entanto, não poderá comprar também
a Repar, de acordo com as regras dos processos de desinvestimento da
estatal. No mercado, a visão é de que a Ultrapar deve priorizar a
refinaria do Rio Grande do Sul, pois o ativo tem um valor menor e deve
ter menos impacto na alavancagem do grupo.
A Refap está em operação desde setembro de 1968. Hoje, a refinaria tem
capacidade para processar 201,28 mil barris de petróleo por dia e
produz, principalmente, diesel, gasolina, gás liquefeito de petróleo
(GLP), óleo combustível, querosene de aviação e solventes, entre outros.
A unidade atende ao Rio Grande do Sul, parte de Santa Catarina e do
Paraná, além de enviar produtos para outros estados por cabotagem.
Já
a Repar foi inaugurada em 1977 e tem capacidade instalada para refinar
207,56 mil barris ao dia de petróleo. Seus principais produtos são
diesel, gasolina, GLP, coque, asfalto, óleos combustíveis e querosene de
aviação, entre outros. A maior parte dos produtos abastece os estados
do Paraná e de Santa Catarina, além do sul de São Paulo e do Mato Grosso
do Sul.
A Petrobras tem um compromisso com o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para venda de oito de suas 13
refinarias até o fim de 2021. A companhia tem esperança de fechar todos
os contratos este ano e concluir as operações em 2022, como parte do
processo para levantar até US$ 35 bilhões com vendas de ativos entre
2021 e 2025.
Até o momento, o processo de venda mais avançado é o
da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia. A companhia já negociou
de forma exclusiva com o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, um contrato pelo
ativo. Agora, aguarda novas ofertas de todos os participantes do
processo, conforme as regras de seus desinvestimentos. Para ler esta
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