Pela primeira vez, economistas preveem inflação acima de 7% em 2015
O Globo Online
Economistas do mercado
financeiro elevaram mais uma vez as projeções para a inflação neste ano.
Segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco
Central, agora a previsão é que o IPCA, índice oficial que mede a alta
de preços no país, feche o ano em 7,01%, na quinta elevação seguida da
previsão. É a primeira vez que a projeção para o indicador supera o
patamar dos 7%, desde que começaram a ser calculadas estimativas para
2015.
Parte da pressão sobre os preços virá dos chamados preços
administrados, como tarifas de energia e combustíveis. A expectativa
para o “tarifaço” fez a mediana de projeções para essa categoria de
preços subiur pela oitava vez seguida, de 8,7% para 9%.
A revisão do cálculo ocorre dias após o Banco Central prever, na ata
da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que o reajuste
nas contas de luz pode chegar a 27,5% neste ano, em meio à crise vivida
pelo setor elétrico. A alta dos preços de gasolina e diesel — em
decorrência do aumento de impostos que começou a valer neste domingo —
também deve pesar sobre o bolso do consumidor. Levantamento do GLOBO
mostrou que o reajuste em postos de combustíveis no Rio já chega a mais
de 8%.
Entre o chamado “top 5″, grupo de analistas que mais acertam as
projeções, o cenário é um pouco mais otimista, com inflação a 6,86% no
fim de 2015. Ainda assim, a taxa ficaria acima do limite da meta
estabelecida pelo Banco Central, de 4,5%, com 2 pontos percentuais de
tolerância. Pelas contas da autoridade monetária, o alvo só será
alcançado no fim de 2016, de acordo com a ata divulgada semana passada.
PIB EM QUASE ZERO
Além da inflação elevada, os economistas preveem que a atividade
econômica ficará praticamente estagnada neste ano. A mediana das
projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) caiu de
0,13% para apenas 0,03% — na quinta revisão para baixo consecutiva. A
previsão para o ano que vem também foi cortada, de 1,54% para 1,5% —
segunda redução seguida.