Produção de cana-de-açúcar cai
A Gazeta (MT)
Em Mato Grosso a produção é de
pouco mais de 17 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e de 1 bilhão de
litros de Etanol e acordo com o 3º levantamento realizado pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a produção brasileira de
canade- açúcar da safra 2014/2015 deve chegar a 642 milhões de
toneladas, valor 2,5% inferior, se comparado as 658 milhões de toneladas
da safra anterior. O estudo da Conab mostrou que apesar da elevação da
área de colheita, que passou de 8,8 milhões de hectares para 9 milhões
de hectares, um acréscimo de 2,2%, houve uma queda na produção. Sendo
que as questões climáticas, como a falta de chuvas, especialmente na
região Sudeste, onde está concentrada a maior parte da produção,
afetaram a produtividade da cultura de maneira negativa, o que resultou
em uma colheita menor do que a registrada na safra 2013/2014. Conforme o
Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado do Mato Grosso
(Sindalcool-MT), a produção no Estado em 2014 foi de pouco mais de 17
milhões de toneladas de cana-de-açúcar e de 1 bilhão de litros de
Etanol. Segundo Jorge do Santos, diretor executivo do Sindalcool, o
balanço de 2014 é considerado razoável em função da crise nacional que o
setor passou. “Este ano de 2015 não será diferente. O que esperamos é a
sobrevivência do setor, com a novidade de uma maior implementação da
produção de etanol a partir do milho, que já está sendo feita nos
municípios de São José do Rio Claro e Campos de Júlio”. O diretor diz
ainda que Mato Grosso tem potencial para se tornar o maior produtor de
etanol do país, isso porque possui área disponível para o aumento de
canaviais e também por ser o maior produtor de milho. Santos pontua que
com a utilização do milho, a produção de etanol não muda, principalmente
na entressafra de cana. No entanto, segundo o coordenador-geral de
Açúcar e Álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia do Mapa, Cid
Caldas, a queda apontada nos números da Conab não afeta a produção de
etanol. Caldas explica que já era esperado que haveria uma diminuição
maior na produção de cana, já que as condições climáticas não foram
favoráveis. Entretanto, foi menor que o esperado e por isso de forma
alguma vai afetar a produção de etanol para atender o mercado interno,
que inclusive teve aumento. Dessa forma, conforme o coordenador, a maior
parte da cana-de-açúcar colhida deverá ser destinada para a fabricação
de etanol, representando 56,28% da produção. A previsão é de que o
etanol total apresente um aumento de 2,5%, passando de 27,9 para 28,6
bilhões de litros. O etanol hidratado, utilizado nos veículos
‘flex-fuel’, deve subir 4,57% e sai da marca de 16,1 bilhões para 16,8
bilhões. Enquanto isso, o anidro, destinado à mistura com a gasolina,
apresenta ligeira queda de 0,25%. Já para a produção de açúcar, está
prevista uma queda de 4%, devendo passar das 37,8 milhões de toneladas
para 36,3 milhões de toneladas. A rentabilidade do setor sucroenergético
nordestino será insuficiente para cobrir os custos de produção na safra
2014/2015. Se for levado em conta um índice de produtividade de 60
toneladas de cana-de-açúcar por hectare, os preços de comercialização da
matéria -prima estão 40% abaixo do custo total da atividade. Para quem
tem produtividade de 70 toneladas/hectare, esta diferença cai para 33%,
mas ainda assim aponta prejuízos na atividade. Este cenário está no
boletim Ativos da Cana-de-açúcar, uma publicação da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Programa de Educação
Continuada em Economia e Gestão de Empresas, da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz (Pecege/Esalq). Segundo o estudo, para que o
produtor independente de cana tenha margem positiva de lucro, acima dos
custos totais, ele precisa ter produtividade superior a 98
toneladas/hectare.