Notícia

Cuidado com o combustível adulterado




O combustível pode ser a fonte de problemas mecânicos desconhecidos em
carros e motos. Se não forem a fonte, podem agravar os já existentes. À
gasolina os golpistas costumam misturar solventes e álcool em excesso.
No caso do álcool - ou etanol - há quem dilua com água. Especialistas
dão dicas para prevenir golpes e orientam os consumidores sobre os
problemas operacionais que podem violar a qualidade do combustível que
vai no tanque do seu carro.




Segundo o especialista em combustíveis, Olívio Fernandes Galão, a
melhor opção é evitar os chamados postos de "bandeira branca", ou
independentes. "O mais recomendado é abastecer em postos de bandeira",
aconselha ele que também é professor de Química da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). Segundo levantamento feito pela Agência
Nacional do Petróleo (ANP), dos 73 postos autuados no último relatório
de fiscalização no Paraná, em agosto, 40 eram de bandeira branca.




Galão conta que as fraudes de combustíveis mais comuns são a adição
de solvente de borracha e álcool em excesso à gasolina. Ele explica que
no primeiro caso ocorre uma redução na octanagem (que mede a qualidade
por meio da capacidade de combustão) e causa problemas no motor. "Não
chega a fundir, mas gera  problemas de regulagem nas válvulas e bateção
de pinos", explica.




A mistura de álcool em excesso nos carros flex não acarreta riscos
de problemas mecânicos. "Mas se for motor a gasolina o gasto salta de
de 12 km/l para a proporção de 5 km/l. Também acontece do motorista
pisar e o carro não responder", diz.




Quando o consumidor não consegue evitar o consumo de combustível
adulterado é importante prestar atenção em possíveis ruídos no motor.
Segundo Alcides Gonçalves, professor de mecânica do Serviço Nacional da
Indústria (Senai), existe uma série de problemas oriundos do uso de
gasolina ou álcool "batizados".




"O motor não funciona bem. Quando o motorista acelera pedindo
potência, ele não responde. Em carros com injeção eletrônica ocorre o
entupimento dos bicos. E no motor ocorre a chamada formação de borra.
Isso chega a diluir o óleo no motor reduzindo sua vida útil", argumenta
Gonaçalves.




Ele explica que nos carros com caburador o reflexo negativo é ainda
maior. "A injeção ainda controla a entrada dos resíduos. No carburador
o combustível passa direto", compara.




Gonçalves ressalta que deveriam existir kits para se realizar
testes de qualidade antes do motorista abastecer, em caso de
desconfiança. "Só assim para saber o nível de adulteração. Mas
normalmente quando o motorista sentir o motor falhar ou perder
rendimento tem algum tipo de problema", conta.



Fonte: Folha de Blumenau
Data: 13/09/2010