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Investidor pede plano de ação para vazamentos de petróleo

Grandes investidores em companhias de petróleo, inclusive fundos de
pensão, estão exigindo que as petroleiras tornem públicos seus planos
de contingência para vazamentos. A iniciativa ocorre depois de essas
empresas se tornarem alvo de críticas em consequência do desastre no
Golfo do México, no qual a britânica BP foi responsável pelo vazamento
de quase 5 milhões de barris.



Os investidores enviaram cartas para os CEOs de 27 grandes produtoras
de petróleo e gás, como a Exxon Mobil e a brasileira Petrobras, e
seguradoras, como a AIG, requerendo o detalhamento desses planos para
prevenção ou resposta a acidentes. Querem saber também o que as
petroleiras aprenderam com o acidente no Golfo do México.



Alguns fundos de pensão do funcionalismo de grandes Estados americanos
são importantes investidores em petroleiras como a ConocoPhillips e a
Chevron.



"A tragédia do Golfo deu evidências dramáticas de como investidores e
pensionistas têm sido expostos a grandes riscos na exploração de
petróleo em águas profundas", disse Bill Lockyer, tesoureiro da
Califórnia (cargo responsável pela gestão dos investimentos do Estado).
"Apenas no meu Estado, os dois maiores fundos de pensão do
funcionalismo do país viram o valor de seus investimentos na BP
despencarem US$ 349 milhões."



O Calpers (acrônimo em inglês para sistema de aposentadoria do
funcionalismo público da Califórnia), maior fundo de pensão público dos
EUA, tem cerca de US$ 3 bilhões investidos em empresas de energia, mais
da metade disso na Exxon, na ConocoPhillips e na Chevron. No total, o
fundo gere cerca de US$ 210 bilhões. Lockyer é por lei agente
fiduciário do fundo.



"Os investidores têm o direito de total informação sobre os riscos
associados às operações das companhias de petróleo. Devem poder saber
também quais as medidas de prevenção, resposta e governança que são
tomadas para minimizar esses riscos", afirmou Lockyer.



O fundo de pensão dos servidores públicos de Nova York gere US$ 132,6
bilhões, sendo que cerca de cerca de US$ 2 bilhões estão investidos nas
27 empresas que receberam o requerimento de informações, disse o chefe
de controladoria estadual, Thomas DiNapoli.



"Os investidores são por definição tomadores de risco, mas nossos
riscos precisam ser calculados e medidos", afirmou DiNapoli. "Os
investidores têm o direito de saber se as companhias estão tomando
todas as medidas necessárias para maximizar as oportunidades sem
sacrificar a segurança."



A BP teve perda recorde de US$ 17,2 bilhões no último trimestre. A
empresa disse que vai vender US$ 30 bilhões de ativos nos próximos 18
meses para ajudar a pagar pelos custos da limpeza e indenizações
relativas ao desastre ambiental.



O total de petróleo derramado pelo vazamento, que teve início em abril
e só agora vem sendo contido, é quase 20 vezes maior que o vazado do
petroleiro Exxon Valdez, no Alasca, em 1989.


Fonte: Valor Econômico
Data: 06/08/2010