Setor de energia investirá R$ 951 bilhões até 2019
O setor energético no Brasil deverá receber investimentos de R$ 951
bilhões entre 2010 e 2019, de forma a fazer frente à expansão prevista
de 5,4% ao ano para o consumo final. As estimativas são da Empresa de
Pesquisa Energética (EPE), que apresentou ontem o Plano Decenal de
Expansão de Energia 2019 (PED 2019). O plano prevê que o consumo total
de energia no país, em 2019, atinja 366 milhões de toneladas
equivalentes de petróleo (TEP). Em 2010, serão 228 milhões de TEPs.
O setor industrial deverá liderar a expansão o consumo, passando de uma
fatia de 37,4% este ano para 40,1% em 2019. Em contrapartida, o setor
de transportes, estimulado por medidas de eficiência energética,
reduzirá a participação de 30,6% para 29,7% no período. O setor
residencial também encolherá, caindo de 10,8% para 8,6%.
Do total de investimentos previstos, R$ 214 bilhões serão feitos para a
oferta de energia elétrica, sendo R$ 175 bilhões em geração e R$ 39
bilhões em transmissão. O setor de petróleo e gás natural ficará com R$
672 bilhões, sendo a maior parte, R$ 506 bilhões, para exploração e
produção. Os derivados ficarão com R$ 151 bilhões, e o gás natural com
R$ 15 bilhões.
Os biocombustíveis consumirão R$ 66 bilhões em investimentos até 2019.
A produção de etanol responderá por R$ 58 bilhões, a infraestrutura de
dutos ficará com R$ 7 bilhões e a produção de biodiesel consumirá R$
500 milhões.
A expansão da oferta energia até 2019 não deverá trazer grandes
alterações na participação das fontes renováveis na matriz energética.
A fatia dos renováveis terá leve recuo, dos 48,3% previstos para este
ano, para 47,8% em 2019. Em contrapartida, as fontes não renováveis
pularão de 51,7% para 52,2% no período.
"O nível de fontes renováveis na matriz energética no Brasil já é muito
elevado. Podemos continuar crescendo a oferta, mas não temos como subir
para sempre", disse o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.
Segundo o estudo, deverão aumentar a participação na matriz energética
do país o gás natural, de 9,8% para 12,2%; os derivados da
cana-de-açúcar, de 20,3% para 21,5%; e outras fontes renováveis, de
3,2% para 3,7%. Já as fontes hídricas deverão ver a fatia na matriz
cair de 14% para 12,7% , apesar da expansão esperada de 35.245 MW da
potência instalada das usinas hidrelétricas. A participação do petróleo
e derivados deverá recuar de 35% para 31%.
Fonte: Valor Econômico
Data: 06/05/2010