Notícia

Evitar queda maior do PIB custou R$ 280 bilhões


A política anticíclica do governo para combater os efeitos da crise
econômica mundial no país em 2009 somou quase R$ 280 bilhões. Esse
montante incluiu, por exemplo, R$ 100 bilhões para capitalizar o BNDES,
R$ 100 bilhões da liberação de compulsórios para que os bancos pudessem
emprestar dinheiro no mercado e R$ 25 bilhões em desonerações
tributárias, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados
(IPI) para veículos, eletrodomésticos da linha branca e materiais de
construção.


Segundo técnicos do governo, essas ações permitiram que a atividade se
recuperasse mais rapidamente - a economia voltou a crescer já no
segundo trimestredo ano - e evitaram que a queda de 0,2% no Produto
Interno Bruto (PIB) fosse ainda maior.


Petrobras foi liberada de meta fiscal



Foram injetados também R$ 17 bilhões pelo reajuste do salário mínimo e
R$ 29 bilhões relativos ao reajuste do funcionalismo público. De acordo
com os técnicos da área econômica, esses recursos estimularam o consumo
e ajudaram a reativar o mercado interno.



- O dinheiro que entrou em circulação no mercado ajudou a aumentar o
consumo das pessoas, que puderam comprar bens como veículos e
eletrodomésticos - disse um técnicodo governo, lembrando que o consumo
das famílias cresceu 7,7% no quarto trimestre do ano em relação ao ano
anterior.



As ações anticíclicas também foram direcionadas a aumentar os
investimentos públicos. A Petrobras, por exemplo, foi retirada do
cálculo da meta de superávit primário (economia de recursos do governo
para o pagamento de juros da dívida pública). Sem ter que guardar
dinheiro para cumprir metas fiscais, a estatal teve liberados R$ 15
bilhões para investimentos.



Além disso, o governo reduziu a meta de primário do ano de 3,3% para
2,5% do PIB. O esforço fiscal de estados e municípios, além do governo
federal, caiu R$ 24 bilhões. Este ano, no entanto, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, já afirmou que os estímulos da política
anticíclica já podem ser reduzidos. Ele já anunciou que as reduções de
impostos feitas e que acabam ao longo de 2010 não serão renovadas.



- A economia já está recuperada e com dinamismo forte - disse o ministro.



Fonte: O Globo
Data: 12/03/2010