Petrobras acusada de desafiar embargo ao Irã
Os contratos da Petrobras no Irã estão no centro de uma iniciativa
de deputados americanos, liderados por Ron Klein, da Flórida, para
pressionar a Casa Branca a punir empresas que receberem investimento
americano e desafiarem as sanções comerciais dos Estados Unidos ao
regime de Teerã. Segundo o jornal "The New York Times", a Petrobras
recebeu ano passado empréstimos de US$ 2,2 bilhões do americano
Export-Import Bank, conhecido como Eximbank, para desenvolver projetos
de prospecção de petróleo no Rio. Mas, a empresa brasileira também
tinha contratos de US$ 100 milhões para exploração de petróleo no Golfo
Pérsico. Ainda segundo o jornal, o caso da Petrobras "é exemplar do
tipo de investimento que contraria os interesses americanos no que se
refere à Lei de Sanções ao Irã".
O governo americano aprovou a primeira lei de sanções contra o Irã em
1996 e reforçou as medidas em 2006, 2007 e 2008, a partir de decisões
do Conselho de Segurança da ONU. As medidas em vigor incluem embargo de
todas as operações de transferência de tecnologia, proibição de
comércio de armas, e suspensão do acesso a bens e ativos no exterior de
membros do governo e da Guarda Revolucionária Iraniana, além de
proibição de empresas e bancos americanos de atuarem no Irã ou de terem
negócios com empresas iranianas.
Congressistas americanos debatem medidas para ampliar o embargo,
incluindo a venda de derivados de petróleo, como a gasolina. Embora
seja o quinto produtor mundial de petróleo, o Irã é importador de
combustível e depende desta importação para mover sua frota. Um grupo
de 50 parlamentares dos dois partidos levou ao presidente Obama
denúncias sobre violações da lei do embargo. O Departamento de Estado
anunciou investigação preliminar de 27 contratos de empresas, entre
elas a Petrobras.