Notícia

Líderes do G-8 discutem cotação ''ideal'' do petróleo


A maioria dos líderes do G-8 (grupo das sete economias mais
industrializadas e a Rússia) teria concordado sobre uma variação ideal
do preço do barril do petróleo entre US$ 70 a US$ 80. Seria uma margem
considerada "justa", segundo afirmou Natalya Timakova, a porta-voz do
presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, a repórteres. O valor teria sido
alcançado por meio de estudos de companhias petroleiras. Mas o
primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, nega.



Indagado
sobre a discussão, o britânico disse: "Nós não discutimos uma figura
específica e não discutimos detalhes sobre nenhuma margem de preços.
Não há nenhum consenso sobre variação."



Antes do encontro,
Brown e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, uniram esforços para
tentar buscar um consenso entre os demais líderes sobre a necessidade
de reduzir a volatilidade do preço do petróleo. Os líderes francês e
britânico assinaram um artigo conjunto na edição de ontem do Wall
Street Journal em que defendem o estabelecimento de uma margem de preço
para o petróleo cru que seja "compatível com fundamentos", argumentando
que a flutuação do preço da commodity tem piorado a instabilidade
econômica mundial. Num período de 12 meses, o valor flutuou entre US$
32 e US$ 147.



De acordo com um projeto de comunicado preparado
para a cúpula, os líderes do G-8 buscam estabilizar mercados da
energia, alegando que os preços imprevisíveis dificultam o investimento
na indústria.



O presidente russo discorda de possíveis
intervenções sobre o mercado. "No decorrer da sessão de manhã, o
presidente Medvedev disse que regulações administrativas do preço são
impossíveis", disse por meio da porta-voz.



Os Estados Unidos
também buscam uma forma de regular melhor o mercado das commodities
energéticas por meio de restrições de holdings de grandes companhias. A
ideia é que países produtores e consumidores detectem quais mecanismos
do mercado de petróleo provocam as variações e, assim, combatam a
especulação.



OPEP



A Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) afirmou que a demanda pela commodity em
países desenvolvidos deverá cair continuamente até 2030, depois de ter
atingido o pico em 2005 e o apetite para explorar petróleo está
diminuindo. Com isso, o cartel cortou sua projeção para gastos com
campos de petróleo nos próximos cinco anos em cerca de um terço.



Em
seu relatório anual divulgado hoje, a organização informou que "os
investimentos em exploração e produção estimados pela Opep para o
período de 2009 a 2013 caíram de US$ 165 bilhões para entre de US$ 110
bilhões e US$ 120 bilhões". Em fevereiro, a Opep já havia anunciado a
paralisação ou cancelamento de 35 projetos.



Fonte: O Estado de S. Paulo
Data: 09/07/2009