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Petróleo caro pode atrasar recuperação, diz JPMorgan

A escalada dos preços do petróleo nos últimos meses colocou uma carga
inesperada sobre a economia mundial antes mesmo de a esperada
recuperação começar, afirma o diretor da divisão de economia global do
JPMorgan, David Hensley. A instituição construiu três cenários para
medir o impacto da alta da commodity sobre o desempenho da economia
mundial. No cenário mais extremo, com o barril a US$ 100, os países nos
mercados desenvolvidos provavelmente não sairiam da recessão no
terceiro trimestre deste ano.



A projeção central do banco é
petróleo oscilando em torno de US$ 70 o barril no último semestre, mas
o JPMorgan estuda três outros cenários para medir o que ocorreria se os
preços do petróleo não ficarem dentro da previsão central. O cenário
básico, com petróleo em US$ 70/barril, sustenta o avanço de 2% estimado
por Hensley para a economia mundial no terceiro trimestre, crescimento
de 0,7% para os países nos mercados desenvolvidos e alta de 7,2% para
os emergentes também no mesmo período.



No primeiro cenário
alternativo, o petróleo avança para US$ 80 por barril no terceiro
trimestre do ano e bate em US$ 90 no seguinte. O segundo estudo se
baseia no barril do petróleo a US$ 90 no terceiro trimestre, chegando a
US$ 100 no fim do ano.



O terceiro e último cenário, classificado
como "extremo", incorpora salto da cotação do barril a US$ 100 no
terceiro trimestre, subindo a US$ 120 no quarto período.



De
acordo com Hensley, o impacto imediato da alta dos preços é o aumento
dos preços aos consumidores, deprimindo o poder de compra de
corporações que são consumidoras líquidas da commodity e, de forma
geral, das famílias. Do lado da atividade econômica, um modelo do Fundo
Monetário Internacional (FMI), citado pelo JPMorgan, indica que o preço
da commodity no primeiro cenário retiraria, em média, 0,3 ponto
porcentual do PIB dos países desenvolvidos no terceiro trimestre e 0,2
ponto no trimestre seguinte. Dos emergentes, 0,1 ponto seria retirado
em cada um dos trimestres.



O segundo cenário reduziria, em
média, 0,6 ponto do PIB dos países desenvolvidos no terceiro trimestre
e 0,2 ponto no quarto. Dos emergentes, a perda seria de 0,3 ponto e 0,1
ponto, respectivamente, no terceiro trimestre e no seguinte. Já o
terceiro cenário iria subtrair 0,8 ponto do PIB dos desenvolvidos no
terceiro trimestre e 0,3 no seguinte. Dos emergentes, a perda seria de
0,4 ponto no terceiro trimestre e 0,2 ponto no quarto.


Fonte: O Estado de S. Paulo
Data: 23/06/2009