Notícia

Consumo de gás cresce 3% em março e tem primeira alta do ano

O consumo brasileiro de gás natural caiu 32,5% em março deste ano na
comparação com o mesmo mês de 2008, somando 34,4 milhões de metros
cúbicos diários, informou a Associação Brasileira das Distribuidoras de
Gás Canalizado (Abegás). Em relação a fevereiro, a demanda de março
subiu 3%, "alavancada pelos segmentos industrial e elétrico", disse a
Abegás. Foi a primeira alta mensal do ano - janeiro e fevereiro
registraram queda no consumo do combustível.



"A expressiva taxa de queda observada na comparação anual se deu,
sobretudo, por conta do excessivo acionamento de térmicas a gás no
início do ano passado, o que não se repetiu em 2009, ocasionando recuo
no consumo do combustível", avaliou Marcelo Parodi, presidente da
Comerc.




Segundo dados do mercado, no primeiro trimestre de 2008 (período em
que as chuvas foram abaixo da expectativa e as usinas térmicas foram
acionadas para evitar um possível novo apagão energético) foram
despachados cerca de 4 mil megawatts de térmicas a gás natural. Nos
três primeiros meses deste ano, o montante não superou 1 mil megawatt.




De acordo com dados da Abegás, o setor elétrico reduziu a demanda
de gás em 55,01% em março de 2009 sobre igual período do ano passado. O
segmento industrial diminuiu o consumo em 28,92% no mesmo intervalo.




Comparação mensalO aumento de 3% no consumo brasileiro de gás
natural registrada na comparação de março com fevereiro foi
classificada pela Abegás como uma tentativa de o mercado
(principalmente a indústria) reagir diante da crise financeira mundial.




"A média de crescimento do consumo ainda é pequena", afirmou a
Abegás por meio de comunicado. "O crescimento em março sobre fevereiro
demonstra um aquecimento da atividade industrial no País", comentou
Parodi. "Não sabemos se é uma retomada da indústria ou se é uma
correção de estoques, por exemplo, já que a atividade produtiva
brasileira estava muito amena nos meses anteriores", frisou o
especialista da Comerc, que vende eletricidade a grandes consumidores
membros do mercado livre (ambiente em que não há vínculo com uma
distribuidora).





Mais confiança




O executivo da comercializadora comenta também que os clientes de
sua empresa já demonstram sinais de aumento de confiança na economia
nacional. "Os consumidores têm nos consultado com o intuito de
contratar eletricidade para 2010, fato que não estava ocorrendo desde o
início da crise financeira mundial (em setembro de 2008)", disse. "É um
sinal de otimismo do setor produtivo", avaliou.





Residencial e comercial




Segundo a Abegás, à exceção das indústrias e das termelétricas,
todos os segmentos apresentaram índices de retração. A maior queda foi
no residencial, com - 6,56%, seguido por cogeração (- 2,96%) e
comercial (- 0,99). A Associação disse que, "no segmento residencial,
há o impacto da sazonalidade, após o período de férias é comum a
redução do consumo neste segmento". A leve queda no setor é reflexo da
redução da atividade econômica.



Fonte: Gazeta Mercantil
Data: 29/04/2009