Notícia

Investimento privado em petróleo e gás será menor


Os investimentos privados no setor de petróleo e gás no Brasil perderão
força nos próximos anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP). Do total de US$ 195,5 bilhões
que serão aplicados entre 2009 e 2013, US$ 34,5 bilhões ficarão a cargo
de empresas privadas, o equivalente a 17,6%. No planejamento anterior
do setor, que englobava o período 2008-2012, essa proporção era de 24%,
um total de US$ 30,6 bilhões.



Isso significa que a Petrobras
terá ainda mais força no investimento no setor, em meio à crise
econômica. A estatal prevê US$ 161 bilhões em seus projetos no Brasil
nos próximos cinco anos, o que representa 82,4% do total.
Anteriormente, entre 2008 e 2012, a Petrobras estimava investimentos de
US$ 97,4 bilhões, o equivalente a 76% do total de US$ 128 bilhões.



volume.
O presidente do IBP, João Carlos de Luca, ressaltou que os
investimentos das empresas privadas no Brasil não vão cair em termos de
volume. Segundo ele, isso mostra que o Brasil está em rota contrária à
tendência que vem sendo observada em todo o mundo.



"Diante de um
cenário de incertezas e cautela, a maioria das empresas ao redor do
mundo tirou o pé do acelerador. No Brasil, acontece o contrário, os
investimentos estão crescendo de forma significativa, principalmente
por causa da Petrobras", afirmou o executivo, depois de participar do
seminário "Cenários da economia brasileira e mundial", promovido pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio.



De Luca detalhou que US$
40 bilhões serão aplicados em projetos no pré-sal. Neste caso, as
empresas privadas entrarão com US$ 12 bilhões, o equivalente a 35% do
total que elas destinarão nos próximos cinco anos. No planejamento
anterior, as empresas privadas não contemplavam qualquer investimento
em projetos no pré-sal.



petrobras. A Petrobras será
responsável por US$ 28 bilhões dos projetos na recém-descoberta
fronteira exploratória. Isso representa 17,3% do total que a estatal
vai reservar para o pré-sal entre 2009 e 2013. Sobre o futuro das
regras do setor no País, De Luca disse esperar que o governo mantenha o
sistema de concessões via leilões promovidos pela Agência Nacional do
Petróleo (ANP), com "pequenos ajustes".



"O governo tem sim que
tomar cuidado e buscar apropriar maior riqueza dessa nova área que
representa o pré-sal. Mas temos que lembrar que não existe risco zero,
não dá para dizer que toda a área do pré-sal está toda cheia de
petróleo", observou.



Para ele, é fundamental que o governo
defina logo se haverá mudanças, para que as rodadas da ANP possam
voltar a contar com áreas em mar. "Defendemos a volta das áreas
offshore (em mar) nos leilões, tão logo seja definido o pré-sal. A cada
ano que se atrasa, joga-se mais um ano para a frente em relação à
definição dos investimentos a serem feitos. As empresas têm que repor
suas carteiras de projetos", comentou.


Data: 15/04/2009