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Em PE, produção de álcool supera a de açúcar pela primeira vez


Portal G1

A produção de álcool em
Pernambuco foi, pela primeira vez, maior que a de açúcar. Com a safra da
cana-de-açúcar terminado em abril, o estado comemora um aumento de 5%
da colheita, o que representa 15,1 milhões de toneladas colhidas, entre
2014 e 2015. Na safra anterior, a colheita foi de 14,4 milhões de
toneladas.


Pernambuco é o segundo maior produtor do Nordeste. A região toda
produziu 58 milhões de toneladas de cana nesta safra. Apesar do aumento,
a produção no estado está encolhendo. A área plantada, que chegou a 500
mil hectares nos idos de 1980, teve agora 350 hectares. Das 18 usinas
que moeram no ano passado, duas fecharam.


O setor está longe dos bons tempos e não é só por causa da
irregularidade das chuvas. “A situação é muito difícil pela ausência de
políticas públicas. Algumas políticas federais foram prometidas e são
políticas voltadas à competitividade que vieram fora do tempo. A volta
da Cide [Contribuição de intervenção no Domínio Econômico] de forma mais
estável, com maior previsibilidade, com maior transparência, faria com
que os investimentos voltassem. É muito difícil o empreendedor conseguir
investir quando ele não sabe as regras do jogo”, aponta o presidente do
Sindicato do Açúcar e do Álcool de Pernambuco, Renato Cunha.


A taxa Cide é um imposto sobre o valor dos combustíveis que voltou a
ser cobrado este ano pelo Governo Federal na gasolina. Com a volta da
cobrança, a maior procura pelo etanol e o baixo preço do açúcar no
mercado externo provocaram mudanças na produção do açúcar que era o
carro-chefe das usinas do Nordeste. As usinas da região produziram 56%
de etanol e 44% de açúcar.


O setor ainda não sabe afirmar se essa mudança no perfil do estado e
da região vai se manter. “É muito importante que haja algumas definições
do etanol na matriz energética: qual o papel que ele terá na matriz
energética? Como é que ele vai funcionar, como é que a energia de
biomassa, a bioeletricidade… Qual será o percentual dela dentro do
fornecimento nacional? A gente precisa saber para que possa realmente
amadurecer como produtores e fazer com que haja uma retomada de
investimentos dentro do nosso segmento”, afirma Cunha.



Data: 07/04/2015