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FLEX NA MARRA

Gasolina com 25% de etanol anidro pode prejudicar motor que não é bicombustível?

O brasileiro já se acostumou com a liberdade de chegar ao posto para abastecer o carro e poder escolher entre gasolina e etanol. A tecnologia flex está há dez anos entre nós e hoje representa cerca de 90% das vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que, na metade deste ano, o Brasil tenha 20 milhões de carros bicombustíveis produzidos. Para essa enorme frota, a determinação do governo em aumentar de 20% para 25% a mistura de etanol anidro na gasolina não vai trazer insegurança na hora de abastecer. Mas, para os 10% que compraram carros que bebem só gasolina, a presença de mais etanol no combustível pode trazer algum prejuízo ao motor e, consequentemente, ao bolso?

Segundo a Anfavea, não, o aumento de etanol na mistura não prejudica o motor nem reduz seu desempenho. De acordo com a entidade, os motores estão preparados para receber gasolina com média de 22% de etanol, mas existe uma margem que permite percentuais maiores ou menores. A Anfavea lembra que a medida já foi adotada outras vezes e isso não causa problemas nos automóveis.

O professor de engenharia mecânica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Flávio Figueiredo, explica que a mistura com mais etanol não trará prejuízos mecânicos significativos ao carro que não é flex. “O que poderá acontecer é uma manutenção antecipada de determinadas peças não metálicas que, devido ao contato com o etanol, poderão apresentar ressecamento”, destaca.

E como fica o bolso dos consumidores? Ainda segundo o especialista, o aumento da quantidade de etanol altera o consumo de gasolina. “Modifica o rendimento do carro, que passará a consumir mais combustível”, resume.

A não ser que você rode muito com o carro, é provável que não sinta diferença no acelerador e no bolso com o aumento de etanol na mistura na gasolina. O que deve preocupar o consumidor e as autoridades é se os distribuidores e revendedores de gasolina estão respeitando a quantidade correta da mistura. Fique atento!


Fonte: Diário de Pernambuco - Bruno Vasconcelos
Data: 06/05/2013