Notícia

Combustível batizado encarece manutenção


O ditado “o barato sai caro” cai como uma luva no que diz respeito aos
combustíveis adulterados. Em uma mesma região, preços muito aquém dos
praticados pelo mercado podem significar que o produto possa ter sido
batizado. Para tirar vantagens econômicas, alguns postos incluem
substâncias irregulares, muitas delas até mesmo encontradas na
composição original, como água, álcool ou solventes, mas que, quando em
excesso, podem trazer sérios danos ao automóvel.




E é aí que a diferença no preço do litro do combustível, de até R$
0,40 menos, pode se converter em gastos exorbitantes nas oficinas
mecânicas. De acordo com a Anfavea, os prejuízos causados pela
adulteração, apenas para os veículos ainda com garantia de fábrica,
supera US$ 50 milhões por ano.




Por emergência, um motorista de São Paulo, que prefere não ser
identificado, abasteceu seu Senic no primeiro posto que encontrou.
Economizou R$ 0,40 por litro de gasolina adquirida.  “No dia seguinte o
carro engasgava sempre. Percebi também oscilações na marcha lenta.
Precisei trocar o regulador de combustão e o custo total foi de R$
980”.




Além disso, o uso de combustível adulterado pode causar redução no
desempenho e rendimento do motor; deterioração no sistema de injeção
eletrônica, entre outros danos.





Defenda-se




Nos postos, o consumidor tem direito de pedir a realização do
“teste de proveta” com o intuito de comprovar a qualidade do
combustível. Para a gasolina, o índice máximo de álcool permitido é de
25%. Em um tubo de ensaio se colocam partes iguais de álcool e água
destilada, que são agitadas. A diferença superior do nível de 50
mililitros revela se a gasolina é ou não batizada.




Já no caso do álcool, o percentual de água não pode ultrapassar os
6%. O consumidor pode verificar o índice por um aparelho, que fica
junto à bomba. O nível do combustível não pode passar da linha
vermelha. O teste pode ser feito manualmente.




A probabilidade de adquirir um produto batizado é tão alta que a
ANP (Agência Nacional de Petróleo) criou um serviço específico para
denúncias de vítimas. Através do site (http://www.anp.gov.br/?id=588),
o consumidor poderá registrar suas reclamações. Os estabelecimentos
citados serão investigados e, comprovadas as irregularidades, estarão
sujeitos a multas.





Conheça os problemas e suas soluções





Uma série de danos é causada ao motor do carro que utiliza combustível adulterado. Segundo a ANP, as mais comuns são:





- Falhas no funcionamento do motor;



- Instabilidade da marcha lenta;



- Partidas mais difíceis;



- Motor “bate pino” (sinal de pré-ignição);



- Motor engasga e chega a parar;



- Perda gradativa da potência e do torque;



- Desempenho e rendimento diminuem;



- Maior emissão de poluentes;



- Elevação do consumo;



- Borrachas do sistema de alimentação se desmancham;



- Aumento do depósito de carvão nas válvulas e velas.





Como resolver:





- Limpar o carburador ou bicos injetores de combustível;



- Escoar o combustível adulterado ou limpar o tanque;



- Substituir as mangueiras e conexões de alimentação;



- Trocar todos os filtros de combustível.





Como evitar:





- Nota fiscal é garantia ao reclamar, exija-a;


- Na impossibilidade de abastecer no posto de costume, utilize outro
da mesma marca. Veja ainda se a marca da bomba corresponde à da
distribuidora que abastece o estabelecimento.



Fonte: Jornal Cash
Data: 17/08/2010