Recorde ruim nos postos
Há quase três anos, o álcool não era vendido a mais de R$ 2. Desde
julho, a alta chega a 37,3%. Uma marca que durava quase três anos foi
quebrada em Joinville. O litro do álcool está sendo vendido a mais de
R$ 2. A última vez que isto aconteceu foi em abril de 2007, segundo a
Agência Nacional do Petróleo (ANP). Desde junho, quando começou o
aumento nos preços, o litro ficou 37,3% mais caro para o motorista.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo de SC, Luiz Antônio Amin, o aumento do combustível vem
acontecendo há 15 dias e nessa semana mais um reajuste deve chegar às
bombas. “A Notícia” percorreu ontem dez postos da cidade e constatou
que é preciso muita pesquisa antes de encher o tanque. Na média, o
álcool está custando R$ 2,052. No último levantamento feito pela ANP,
no dia 28 de dezembro, o preço médio do combustível era R$ 1,946, uma
diferença de 5,44%. O Posto Apa, no bairro Anita Garibaldi, foi o que
apresentou o menor preço na bomba, R$ 1,89. Segundo o dono, Fernando
Garcia até sexta-feira será possível manter o preço. “Temos em estoque
e compramos mais um caminhão com o preço antigo”, explica. De acordo
com ele, está difícil comprar álcool, pois já há falta nas
distribuidoras. A diferença do estabelecimento mais caro para o mais
barato é de R$ 0,309 ou 14,05%.
O presidente do Sindipetro está pessimista com relação ao preço do
combustível e acredita que o álcool poderá fechar o mês de janeiro
custando mais de R$ 2,20. No próximo dia 16, o governo estadual deve
anunciar a nova base de cálculo de Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviço (ICMS) o que deve gerar mais aumento.
Entressafra causou a alta Uma série de fatores explica o aumento no
preço do álcool. A principal é a entressafra da cana-de-açúcar. Os
estoques das destilarias e usinas do interior de São Paulo, onde é
produzido a maior parte do álcool consumido no País, está diminuindo a
cada semana.
O aumento nos estoques só deve ocorrer a partir de março, quando
começa a ser colhida a próxima safra. Até lá, dificilmente o preço do
litro do álcool ficará abaixo dos R$ 2 em Joinville. Outro motivo é o
crescimento da demanda em 2009, que teria provocado “um furo” de cerca
de 3 bilhões de litros nos estoques. “Para evitar possível
desabastecimento, o litro do produto na usina saltou numa escala
progressiva de R$ 0,57 em maio do ano passado para R$ 1,10, e os
distribuidores hoje vendem ele entre R$ 1,50 e R$ 1,58 para os postos”,
diz Rene Abad, diretor da BrasCombustíveis. A alta no álcool deve ter
impacto no preço da gasolina, que tem 23% do derivado de cana em sua
composição. “A venda de álcool deve ficar restrita para quem tem
veículo movido a este combustível. Os flex vão usar gasolina”, resume
Amin.
